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Governo e indústria farmacêutica unem esforços para ampliar acesso a medicamentos para doenças raras no Brasil

O mercado brasileiro de medicamentos para doenças raras está prestes a dar um passo importante rumo à ampliação do acesso e fortalecimento da cadeia produtiva nacional.

O Ministério da Saúde, em parceria com laboratórios privados como Merck e Sandoz, anunciou um projeto estratégico que visa impulsionar a produção local desses medicamentos, inclusive com a fabricação nacional de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs).

A iniciativa busca atender pacientes acometidos por doenças de baixa prevalência e alto custo de tratamento, como esclerose múltipla, fibrose cística e atrofia muscular espinhal (AME). Ao todo, sete medicamentos foram priorizados pelo governo para esta etapa inicial do programa, que será estruturado por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) — modelo já consolidado na transferência de tecnologia entre a indústria farmacêutica e instituições públicas como Fiocruz e Instituto Butantan.

 

Investimento em saúde e desenvolvimento industrial

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, os medicamentos selecionados movimentam aproximadamente R$ 2 bilhões por ano apenas no Sistema Único de Saúde (SUS). Para viabilizar a internalização da produção, o governo prevê um investimento inicial de R$ 150 milhões, com parcerias que terão validade de até 10 anos.

A expectativa é de que, ao longo do tempo, os medicamentos produzidos no Brasil apresentem uma redução de custo entre 5% e 10% em relação aos preços atuais, tornando o acesso mais viável e sustentável para o sistema público. Além disso, o projeto contempla a criação de centros de excelência em pesquisa científica, com destaque para o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro, apoiado com R$ 60 milhões em recursos via Embrapii.

 

Doenças raras: uma realidade complexa e desafiadora

Estima-se que o Brasil tenha cerca de 13 milhões de pessoas vivendo com doenças raras, distribuídas em mais de 6 mil condições distintas, a maioria de origem genética. Essas doenças são caracterizadas por atingirem até 65 pessoas a cada 100 mil habitantes, e geralmente apresentam diagnóstico complexo e acesso limitado a tratamentos específicos.

De acordo com Lorice Scalise, presidente da Roche Farma Brasil, a ausência de tratamento adequado representa um custo ainda maior para o sistema de saúde e para as famílias. A executiva destaca que muitos pacientes passam anos em busca de um diagnóstico preciso e, quando enfim descobrem sua condição, frequentemente não há opções terapêuticas disponíveis.

Um exemplo de medicamento inovador citado no contexto é o Elevidys, indicado para distrofia muscular de Duchenne, cujo preço pode ultrapassar R$ 13 milhões por tratamento. Ainda segundo Scalise, cerca de 25% dos R$ 610 milhões investidos pela Roche em 2024 foram destinados à área de doenças raras, o que demonstra a relevância e o potencial de crescimento desse segmento.

 

Impactos logísticos e oportunidades para a cadeia da saúde

Para a logística farmacêutica e hospitalar, o avanço na produção nacional de medicamentos de alto custo e a redução da dependência de IFAs importados representam um ganho estratégico para a cadeia do medicamento no Brasil. Essa movimentação fortalece o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, reduz riscos de desabastecimento e permite maior previsibilidade nos processos de armazenagem, transporte e distribuição de medicamentos sensíveis, como os indicados para doenças raras.

Além disso, projetos como este demandam infraestrutura logística especializada, com controle de temperatura, rastreabilidade e conformidade regulatória — áreas em que empresas como a Andreani Logística atuam com excelência e responsabilidade.


Fonte: Portal Panorama Farmacêutico


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